Goa

GOA PARA OS GOESES

Herald Team

Mais do que nunca torna-se  indispensável  pensarmos seriamente nesta proposição: a nossa terra para nós.--- para  nós exclusivamente, em todos os seus múltiplos recursos.

Na realidade, até hoje a nossa terra nos pertence a nós, goeses, no sentido mais vasto da palavra posse ou propriedade. Não existe aqui uma só árvore, frutífera ou silvestre, um só edifício, uma só pedra ou um só grão de areia que não seja possuída pelos goeses. As restrições que existem na nossa legislação para os estrangeiros adquirirem bens imóveis, contribuíram, sem nenhum esforço consciente, da nossa parte, para se conservar intacto o nosso património. Nem mesmo cidadãos Portugueses doutras partes da nação, possuem aqui quaisquer bens.  

Goa pertence física e efectivamente, aos filhos de Goa. Ninguém talvez atentou neste aspecto da nossa vida econômica, a ninguém ocorreu que estas condições felizes se realizavam na nossa terra, e porque esse equilíbrio veio durando desde há séculos a todos pareceu ser a coisa mais natural do mundo pertencerem, os recursos duma terra aos seus naturais. E nesta confortante certeza, de que esta terra será eternamente nossa, como até agora tem sido, os goeses emigraram e emigram, desenvolvem no estrangeiro, as suas actividades, uns amassam fortunas, mercê do seu talento, da sua imensa capacidade de trabalho e da sua honestidade e nunca esquecem a sua terra, amando-a com nostalgia de apaixonados.

Mas os séculos rolam. Os dias uniformes fisicamente, em sucessão regular de horas de luz, e horas de trevas, são contudo diferentes pelo seu conteúdo de acontecimentos.  As circunstâncias do momento ---- a situação mundial de incertezas e restrições --- colocaram a nossa terra numa encruzilhada feliz, dando-lhe a oportunidade de se tornar, momentaneamente pelo menos, um entreposto comercial para satisfação de necessidades que em outra parte, à sua volta, não conseguem saciar. As lojas e os estabelecimentos abarrotam-se de mercadorias e abrem-se perspetivas para a consolidação da prosperidade.

Porém essa prosperidade será como fogo de vista, desfazendo-se em fumo, se não forem iniciativas e capitais exclusivamente goeses a aproveitarem do momento asado.

O goês lá fora revelou qualidades admiráveis de coragem e decisão?

Que bela página de epopeia não tem registado na história de humanidade, lançando-se atrevidamente em todos os empreendimentos nas cinco partes do mundo e no dorso dos cinco oceanos! Que diplomas e que credenciais levou consigo para triunfar,senão a sua própria pessoa, os dois braços para trabalhar e o coração intrépido para se acomodar a todas as situações?

Este homem que triunfou no vasto mundo encontra-se hoje a braços com o problema decifrar a forma e a cor do porvir. Tomemos o caso do Paquistão, da grande cidade de Carachi onde o goês, mais do que outra parte fez o seu aprendizado na escola de self-help para alcançar o triunfo.

Porque se não há-de registar agora um movimento em sentido contrário em sentido contrário, back-to-home-land, voltando para a terra os goeses experimentados, senhores de fortuna e de iniciativa, para tomar nas mãos as rédeas do provir económico da nossa terra, para todas importações e todas as exportações, todas as compras e vendas, todas as operações de exploração de minério e doutros recursos naturais da nossa terra sejam feitas pelos goeses?

O momento é decisivo. As oportunidades passam ao largo e é preciso estender a mão para as agarrar pelos cabelos. Mas uma vez na vida chega uma que é decisiva e aproveitá-la ou não pode decidir a vitória ou a derrota.

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